quarta-feira, 29 de junho de 2016

Clubes pegam o beco da malfadada ACPEA.

Só falta o Nacional, o alvo principal deles, foi criada com a intenção única e exclusivamente de prejudicar o Mais Querido, de 10 clubes, 09 votavam contra o Naça. Esperamos que o presidente saia o mais rápido possível.
Até mais...

Por 
Manaus, AM

Às vésperas do início do Campeonato Estadual deste ano, a Associação de Clubes Profissionais do Estado do Amazonas (ACPEA) - entidade representante dos times locais - vive um dos seus momentos mais tensos. Isso porque, nesta semana, cinco clubes - Tarumã, Sul América, Holanda, Operário e Nacional Borbense, anunciaram que deixarão a entidade. O principal motivo apresentado pelas agremiações é a falta de representatividade do órgão que, de acordo com os dissidentes, não atua em favor dos mesmos quando necessário. 
A "gota d´água" para a debandada foi a saída do Manaus FC, ocorrida na semana passada. Na ocasião, o time comandado por Patrícia Serudo foi excluído do Campeonato Amazonense de Juniores deste ano, quando estava classificado para as semifinais, por conta do uso de um jogador irregular em uma das fases da competição estadual. A decisão veio do Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM). No entanto, no desespero, o clube pediu, ou melhor, suplicou uma intervenção da ACPEA, que preferiu não se envolver no assunto.
acpea (Foto: Gabriel Mansur)Clubes alegaram falta de apoio (Foto: Gabriel Mansur)

O Manaus FC saiu, mas deixou a porta aberta e foi seguido pelos demais clubes. Todavia, essas não foram as primeiras debandadas na ACPEA. A associação, criada em 2014, com o intuito de buscar meios para promover a profissionalização e valorização do futebol local, já havia sofrido uma baixa no ano passado. O Rio Negro foi o primeiro a jogar a toalha e deixar o grupo. O motivo apresentando pelo clube foi o mesmo, agora apresentando pelos demais: a falta de representatividade do órgão.  
Confira as justificativas dos clubes para saída da associação:
NACIONAL BORBENSE

O presidente do Nacional Borbense, Rodenilson Sá, explicou que o clube desaprova a forma como a ACPEA está sendo conduzida por Cláudio Nobre, atual presidente e vice-presidente do Fast. Para ele, o atual presidente da associação não está sabendo como dissociar sua relação com o Rolo Compressor da presidência da entidade.
- Não estamos de acordo com a questão administrativa. Vejo que o Cláudio não estava imparcial e ainda tinha uma fagulha de ex-presidente de outro clube. Por causa disso, ele não estava tendo sucesso nas ações e acabou criando um desgaste com a federação, o que prejudica a gente. A impressão que dá é que ele está pensando primeiro no Fast e depois no resto. Ele até estava fazendo um bom trabalho, mas não está sabendo lidar com isso. Para a gente, é importante ter a associação, mas tem que colocar quem não tenha vínculo com outros clubes - explicou.
OPERÁRIO 

O presidente do Operário, de Manacapuru, Felipe Monteiro, diz que sente um certo descuido da ACPEA com os clubes do interior que, para ele, parecem estar "esquecidos".
- Quando a nova diretoria assumiu, há uns três meses, pedimos informações do clube junto à associação, que nunca nos foram repassadas. Decidimos reunir a diretoria para discutir esse e outros assuntos e achamos por bem nos desfiliar, uma vez que a associação não estava ajudando o clube de nenhuma forma, ou influenciando qualquer questão em favor do Operário. Parece que o fato de ser do interior faz com que os clubes daqui sejam meio que esquecidos. Falta de informações, aviso de reuniões em cima da hora, tudo isso faz a gente pensar que há uma desvalorização dos clubes de fora da capital - relatou.
HOLANDA

Já a reclamação de outro desfiliado, o Holanda, é de que a ACPEA está absorvendo para si responsabilidades da FAF e esquecendo de lutar pelos interesses dos clubes. Leão Braúna, presidente do clube, foi até drástico ao garantir que o Holanda não volta à associação.
- Eu não vinha participando das reuniões. Na verdade só participei duas vezes e fui voto vencido nas duas. Mas o problema da associação nem é esse, porque as decisões são tomadas em colegiado. O problema real é que a ACPEA está fazendo coisas que cabem à FAF. Elaborar o campeonato por exemplo, era uma tarefa da federação que ficou na mão da ACPEA. Quando a FAF veio com essa história de taxa de R$ 7 mil para jogar o  Amazonense, a ACPEA perdeu uma ótima oportunidade de sair em defesa dos clubes. Ao invés disso, a associação baixou a cabeça e fortaleceu o discurso da federação. É por isso que enquanto eu for presidente, o Holanda não volta mais à associação, mesmo se houver alguma mudança no comando - garantiu.
SUL AMÉRICA 

O episódio dos R$ 7 mil também foi citado pelo presidente do Sul América, Luiz Costa. Ele afirma que em mais de um ano de ACPEA, não viu nenhum benefício real aos clubes do Amazonas, além de citar vaidade e cobrar transparência da associação.
- Estamos fora. Não vi acontecer nada, não vi ser resolvido nada. Até agora foram só promessas. Na hora em que todos os clubes foram imprensados a pagar aquela taxa de R$ 7 mil em 48h, para participar do campeonato, não foi em nosso favor. Até num banco você precisa avisar com certa antecedência pra retirar o dinheiro. Mas a associação nada fez. Desde o começo sempre foi assim. Reuniões fechadas, que só participam presidentes. Isso é errado. Tem que ser aberto, deixar tudo às claras. Tem que acabar com essa vaidade de um querer ser melhor que o outro. Todos são iguais. Diferentes dentro de campo, mas fora, tem que se juntar e lutar juntos - disse.
TARUMÃ

O presidente do Tarumã, Policarpo Quaresma, garantiu a saída do clube e fez um resumão de tudo o que aconteceu ao longo desses dois anos e criticou, assim como os demais, a falta de interesse da ACPEA em intervir nas discussões quando necessário. Para ele, a associação nunca cumpriu o papel pelo qual foi criada. Em vários momentos, foi omissa e só ajudou quem queria ajudar. 
- A verdade é que a associação não se prestou ao papel pelo qual foi criada. Não procurou e nem procura desenvolver o que de fato veio para desenvolver. A proposta era buscar alternativas para a profissionalização do futebol, mas não aconteceu isso. Na montagem do campeonato desse ano, por exemplo, recriaram a Série B e os clubes já tinham manifestado à associação que não queriam isso. Mas, não falaram nada. Outra coisa é a taxa estipulada. R$ 7 mil de uma sexta para uma terça-feira. E isso não se faz. Não estou reclamando de pagar, mas nessa crise que o país vive... É difícil. Pedimos que a Associação intervisse e pedisse à FAF um prazo maior para que pagássemos. Mas, novamente nada foi feito. Então, são esses motivos. A associação ajuda os clubes que quer e não todos, como era a proposta inicial - enfatizou.
DIREITO DE RESPOSTA ABERTO

Com a debandada, apenas Fast, Nacional, Princesa, São Raimundo, Iranduba, Cliper e Penarol continuam na Associação. O presidente da ACPEA, Cláudio Nobre, foi procurado pelo GloboEsporte.com desde na terça e nesta quarta. No entanto, alegou estar em outras atividades, impossibilitado de atender nos referidos mome
ntos.

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